quinta-feira, 20 de março de 2014

Análise - Capítulo dos Chapéus (Machado de Assis)

O conto de Machado de Assis, “Capítulo dos Chapéus”, relata um acontecimento na vida cotidiana da personagem Mariana, a protagonista. Há anos vivendo junto de seu marido, Mariana recebe a reclamação de seu rigoroso pai sobre o chapéu usado pelo seu marido, incomodada, ela pede diretamente a Conrado (o marido) que troque o tal chapéu. Porém, o marido dá uma resposta filosófica que defende o uso daquele e somente daquele chapéu, fazendo com que Mariana se sinta banalizada, acabando por, em um momento de irritação, sair de casa para passar uns dias na morada de uma ex-colega. Até então, Mariana não tinha apresentado qualquer comportamento explosivo, talvez por nunca ter discutido com o marido, ou por não ter sido ridicularizada antes.
Em um de seus passeios com usa ex-colega, Mariana acaba reencontrando seu primeiro namorado, ele que não perde tempo, começa a exibir seus feitos e bens e destacando sua procura por uma esposa. Essa foi a gota d'água para que Mariana encurtasse a sua "uma semana fora de casa" para apenas uma noite e um dia. Ela, nervosa, chega em casa e aguarda o retorno do marido. Avistando o marido, Mariana se surpreende com o novo chapéu em sua cabeça, então pede que ele se livre do novo chapéu, pois o velho lhe caía melhor. Claramente, os dois se arrependem de suas ações, mas não necessitam de um pedido de desculpas formal, pois as suas ações já o demonstram, tanto a volta da "desaparecida" Mariana, quanto a troca do chapéu vinda de Conrado. Não foi um final impactante, nem mesmo um conto impactante, mas isso é característico do Realismo.
Como é de se esperar de um conto Realista, ainda mais vindo de Machado de Assis, o leitor entra na história, dessa vez no papel de Mariana. Dentro dos acontecimentos contemporâneos, não podemos incluir uma discussão sobre um chapéu, mas podemos comparar o fato de ser uma discussão proporcionada por motivos banais, o que acontece até hoje. Tais discussões acabam por separar as pessoas sem confiança mútua, mas como é citado antes da resposta filosófica de Conrado, ele tinha total confiança em sua parceira, o que acabou por uni-los novamente.


Machado de Assis
Joaquim Maria Machado de Assis, nascido dia 21 de junho de 1839, foi um grande poeta, romancista, cronista, jornalista e poeta do século XIX. Machado passou grande parte de sua infância trabalhando de doceiro junto a sua madrasta, apesar disso, sempre se interessou no aprendizado.
Aos 16 anos, fez sua primeira publicação na "Marmota Fluminense (uma revista da época) com o poema “Ela”. Machado era um homem com diversos problemas, como epilepsia, saúde frágil e a tão conhecida gagueira. Nesta mesma revista Machado começa a publicar diversas obras de caráter romântico e passa a se destacar. Em 1861, faz sua primeira aparição em um livro, como tradutor, este com o título "Queda que as mulheres têm para os tolos". Já em 1864 publica seu primeiro livro de poesias chamado “Crisálidas”.
Em 1881, Machado assume o cargo de oficial de gabinete, como ministro interno da Agricultura, Comércio Obras Públicas, do poeta Pedro Luís Pereira de Sousa. Neste ano, Machado publica uma de suas maiores obras de caráter realista, chamada “Memórias Póstumas de Brás Cubas”.
Assim, Machado se torna um dos maiores poetas e jornalistas, marcado na história (ainda mais por ser mestiço). Aos 69 anos de idade, Machado morre devido à uma úlcera cancerosa em sua boca. Machado teve uma morte tranquila, cercada por seus amigos e companheiros que havia feito em sua vida, como Mário de Alencar, Coelho Neto, Rodrigo Otávio, Raimundo Correia, José Veríssimo, entre outros.

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