
Publicado em 1896, sendo o conto narrado na
primeira pessoa, é contada uma história da vida do protagonista, dando a
condição que fosse lida somente após a sua morte. Em 1860, ele, antes teólogo,
recebeu uma oportunidade de emprego como enfermeiro. Aceitando o novo emprego
ele conhece o coronel, aquele quem deve cuidar, sendo o coronel já um homem
velho, não demora muito para que os dias de paz de seu novo emprego de
enfermeiro acabassem mesmo o velho o considerando tanto. Cheio dos maus tratos
e ataques de loucura de Felisberto (coronel), o enfermeiro subitamente o
esgana, voltando a si já era tarde demais, o velho já havia partido.
Escondendo essa verdade de todos,
esperou as suspeitas baixarem até que pudesse fugir, mas logo recebeu uma
notícia que o fez estremecer, Felisberto confiou toda sua herança a ele, o
enfermeiro que considerava o mais fiel. Tendo que conviver com isso, o antes
enfermeiro volta à vila, sendo vangloriado por todos, por ser aquele que
aguentou o tão odiado velho rabugento. Procópio, o antigo enfermeiro, já
arrependido e possuindo a visão de um Felisberto como um homem respeitável,
dá-o uma estátua de mármore. Sendo uma delas o pedido que ele faz ao leitor de
sua história:
Adeus,
meu caro senhor. Se achar que esses apontamentos valem alguma coisa, pague-me
também com um túmulo de mármore, ao qual dará por epitáfio esta emenda que faço
aqui ao divino sermão da montanha: "Bem-aventurados os que possuem, porque
eles serão consolados”.
Podemos
perceber notáveis influências do Realismo, além de algo característico nas
obras Machadianas, a grande construção psicológica dos personagens. O
sofrimento de Procópio não foi gerado pelo ato de matar, mas sim pela influência
exterior, aqueles que se sentiam incomodados pelo velho coronel o elogiavam,
fazendo-o se sentir pior a cada elogio. Isso o incomoda tanto por não ter
realizado tal feitio, do qual seria sua imagem pro resto de sua vida e sua
incômodo na morte, até que alguém lê-se seu desabafo.
Mais informações do autor, aqui.
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