Conversando com a moça, descobre-se mais
um pouco sobre cada um, o nosso protagonista, que se comparava aos velhos
estranhos e esquecidos da praça perto do bar, enquanto a moça afirmou ser viúva
e carente. Ela que até pagaria para que o protagonista realizasse seus desejos
sexuais, sem a necessidade de amor, ela simplesmente queria se sentir
viva.
Ela queria que seu pedido fosse atendido de
imediato e o protagonista o fez, saindo os dois juntos do bar. Como o
acontecido na obra "Dançar tango em Porto Alegre", do mesmo autor,
juntos, ambos se satisfazem, mas dessa vez não sob um amor verdadeiro. O que
acontece na obra é uma mulher que quer ser desejada sexualmente, mascarando seu
desejo como um amor (que não existe), iludindo-se.
O autor não deixa claro, mas no caso do
homem tanto a sua solidão quanto o dinheiro que a mulher possuía podem ter sido
influenciadores de seu interesse na moça. Diferentemente de "Dançar Tango
em Porto Alegre", a obra não se trata de um sentimento de amor que
superasse a miséria, mas uma ilusão de amor que tentasse compensar toda a
frustração e sofrimento dos indivíduos. Além da característica acentuação no
sentimentalismo dos personagens, dessa vez a obra apresenta um aprofundamento
na descrição do cenário onde os fatos ocorrem.
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