quinta-feira, 24 de julho de 2014

Análise - Não chore, papai (Sérgio Faraco)

O conto contém uma proposta diferente da maioria, ele incorpora o leitor como um personagem. O leitor é apresentado como um pai de família e o protagonista é seu próprio filho. Filho esse que possui uma bicicleta desejada por toda sua vizinhança, uma "Birminghan", que caso fosse emprestada aos seus vizinhos, o protagonista ganhava como recompensa uma estampa de sabonete "Eucalol".
Desobedecendo as ordens do pai, ao invés de ir dormir ele foge com o irmão até um rio distante de sua casa, podendo chegar até ele somente com sua bicicleta. O rio, que desembocava em outros rios maiores, é usado de comparação para com seu sonho, o de explorar o mundo através de viagens. Uma promessa que fez a si mesmo.
Seu pai o encontra logo depois, furioso e é nessa cena que ele é apresentado como você (o leitor). Chegando em casa, o pai desconta sua frustração na bicicleta, fazendo com que o protagonista jure nunca perdoá-lo, sejam quantas vezes que ele o perdoará (o que fez, logo depois de seu filho ter se desculpado, a pedido de sua mãe). O protagonista já adulto, repensa as suas promessas e afirma que como um homem sonhador que não guarda rancor, já perdoou seu pai.
A obra evidencia o amadurecimento do protagonista em relação as suas ações do passado. Narrado em primeira pessoa, o conto se direciona em forma de mensagem tanto para os pais quanto para filhos, pois mostra toda a questão sentimental que gerou as ações da criança, quanta a frustração e preocupação do pai com o ocorrido (mesmo que com pouco aprofundamento). 

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