Este infinito amor de um ano faz Que é maior do que o tempo e do que tudo Este amor que é real, e que, contudo Eu já não cria que existisse mais.
Este amor que surgiu insuspeitado E que dentro do drama fez-se em paz Este amor que é o túmulo onde jaz Meu corpo para sempre sepultado.
Este amor meu é como um rio; um rio Noturno, interminável e tardio A deslizar macio pelo ermo...
E que em seu curso sideral me leva Iluminado de paixão na treva Para o espaço sem fim de um mar sem termo.
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Como o nome já explicita, o autor faz uma analogia de um amor infinito (sem esclarecer a quem ou a o que) com a infinidade de um rio. Porém, como sabermos um rio não é infinito, a comparação em si é com a infinidade que o rio apresenta aos olhos do autor, não se sabe como ou onde começa o amor, como um rio, por exemplo.O soneto não trata somente da infinidade, mas também é mencionada a continuidade: o rio leva consigo tudo que está em seu curso, como o amor leva tudo que está em seu caminho.
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Adorei a análise, porém o autor está destacado erroneamente. O soneto é de Vinicius de Moraes.
ResponderExcluirAbraços.