quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Análise - Soneto XVII do A Rua dos Cataventos (Mario Quintana)

Da vez primeira em que me assassinaram
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...

E hoje dos meus cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela amarelada...
Como o único bem que me ficou.

Vinde, corvos, chacais, ladrões de estrada!
Ah! Desta mão, avaramente adunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada.

Aves da noite! Assas de horror! Voejai!
Que luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca.
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Neste soneto o autor trata sobre os sentimentos. Eles que são moldados no decorrer do tempo, seja por acontecimentos positivos, ou acontecimentos negativos. Do jeito que o soneto é contado, cria-se o lado emocional de um personagem, constituindo-se de más experiências e emoções, mas que como o final diz, é inabalável. Independente de sua miséria, o personagem continua firme e forte perante tudo, entregando sua fé ao seu Deus e honra até na morte.

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