quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
Moacyr Scliar - O Mistério Dos Hippies Desaparecidos

quarta-feira, 3 de setembro de 2014
Análise - Soneto Azul (Mario Quintana)
Quando desperto mansamente agora
e nela ficam presos estes olhos,
amando-te no céu que faz lá fora.
Tu me sorris em tudo, misteriosa...
e a rua que - tal como outrora - desço,
a velha rua, eu mal a reconheço
em sua graça de menina-moça...
Riso na boca e vento no cabelo,
delas vem vindo um bando... E ao vê-lo
por um acaso olha-me a mais bela.
Sabes, eu amo-te a perder de vista...
e bebo então, com uma saudade louca,
teu grande olhar azul nos olhos dela!
_________________________________________
O conto trata-se da paixão de um personagem pelo céu, em especial, sua cor azul. Mas a paixão se dá somente pela noite, com o céu com um azul predominante. Não só a cor que caracteriza o céu, o personagem também é apaixonado pela cor que o céu reproduz em sua rua, tratando assim a rua de forma diferente, dependendo do horário do dia. Apaixonado pela noite, também ama o crepúsculo, pois adora a saída de sua amada, mas fica ansioso por sua chegada, tendo certeza que ela voltará caso ele espere.
Análise - Soneto XVII do A Rua dos Cataventos (Mario Quintana)
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha...
Depois de cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha...
E hoje dos meus cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada...
Arde um toco de vela amarelada...
Como o único bem que me ficou.
Vinde, corvos, chacais, ladrões de estrada!
Ah! Desta mão, avaramente adunca,
Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada.
Aves da noite! Assas de horror! Voejai!
Que luz, trêmula e triste como um ai,
A luz do morto não se apaga nunca.
________________________________
Neste soneto o autor trata sobre os sentimentos. Eles que são moldados no decorrer do tempo, seja por acontecimentos positivos, ou acontecimentos negativos. Do jeito que o soneto é contado, cria-se o lado emocional de um personagem, constituindo-se de más experiências e emoções, mas que como o final diz, é inabalável. Independente de sua miséria, o personagem continua firme e forte perante tudo, entregando sua fé ao seu Deus e honra até na morte.
Análise - Soneto do Amor Como um Rio (Mario Quintana)
Análise - Soneto Vidas (Mario Quintana)
mas os espelhos roubam nossa imagem...
Quando eles se partirem numa infinidade de estilhas
seremos apenas pó tapetando a paisagem.
Homens virão, porém, de algum mundo selvagem
e, com estes brilhantes destroços de vidro,
nossas mulheres se adornarão, seu filhos
inventarão um jogo com o que sobrar dos ossos.
E não posso terminar a visão
porque ainda não terminou o soneto
e o tempo é uma tela que precisa ser tecida...
Mas quem foi que tomou agora o fio da minha vida?
Que outro lábio canta, com minha voz perdida,
nossa eterna primeira canção?!
________________________________________
Esse soneto se trata da continuidade na vida após a morte, mas não na sua, na dos que estão ao seu redor. Deixando claro a velocidade insensível do tempo, apresenta a vida com uma rápida passagem, o que levanta os questionamentos sobre que falta faríamos, que legado iríamos deixar ou, se alguém tomasse o nosso lugar. A dúvida é somente respondida aos que já se foram, o que não aconteceu ainda com o autor como personagem do soneto.
________________________________________
Esse soneto se trata da continuidade na vida após a morte, mas não na sua, na dos que estão ao seu redor. Deixando claro a velocidade insensível do tempo, apresenta a vida com uma rápida passagem, o que levanta os questionamentos sobre que falta faríamos, que legado iríamos deixar ou, se alguém tomasse o nosso lugar. A dúvida é somente respondida aos que já se foram, o que não aconteceu ainda com o autor como personagem do soneto.
quinta-feira, 24 de julho de 2014
Análise - A dama do bar nevada (Sérgio Faraco)
Conversando com a moça, descobre-se mais
um pouco sobre cada um, o nosso protagonista, que se comparava aos velhos
estranhos e esquecidos da praça perto do bar, enquanto a moça afirmou ser viúva
e carente. Ela que até pagaria para que o protagonista realizasse seus desejos
sexuais, sem a necessidade de amor, ela simplesmente queria se sentir
viva.
Ela queria que seu pedido fosse atendido de
imediato e o protagonista o fez, saindo os dois juntos do bar. Como o
acontecido na obra "Dançar tango em Porto Alegre", do mesmo autor,
juntos, ambos se satisfazem, mas dessa vez não sob um amor verdadeiro. O que
acontece na obra é uma mulher que quer ser desejada sexualmente, mascarando seu
desejo como um amor (que não existe), iludindo-se.
O autor não deixa claro, mas no caso do
homem tanto a sua solidão quanto o dinheiro que a mulher possuía podem ter sido
influenciadores de seu interesse na moça. Diferentemente de "Dançar Tango
em Porto Alegre", a obra não se trata de um sentimento de amor que
superasse a miséria, mas uma ilusão de amor que tentasse compensar toda a
frustração e sofrimento dos indivíduos. Além da característica acentuação no
sentimentalismo dos personagens, dessa vez a obra apresenta um aprofundamento
na descrição do cenário onde os fatos ocorrem.
Análise - Majestic Hotel (Sérgio Faraco)

O menino era muito apegado à mãe, porém
ela o deixava mentindo que iria comprar comida, porém o verdadeiro motivo era
para que pudesse se encontrar com um amante (o autor não deixou claro se era
somente um). Em uma das poucas vezes que a mãe levou o menino para passear, um
homem desconhecido trocava olhares com a mãe, deixando o menino inseguro,
imaginando que se tratava de um ladrão. Mas não alguém que rouba pertences,
alguém que roubaria sua mãe, eles voltam para o hotel, onde o tal ladrão também
morava.
Em uma das fugidas da mãe, o menino
estranhou sua demora e acabou por entrar em desespero. Tamanho desespero que o
fez sair porta fora para procurar sua mãe pela sacada do hotel. Após um tempo
indeterminado, a mãe chega às pressas, trazendo-lhe um soldadinho de brinquedo
com a intenção de o menino esquecer o ocorrido. Ironicamente, ele só o fez
resgatar suas lembranças.
O autor, que possui como característica
destacar os sentimentos dos personagens, não deixa essa sua característica de
lado, destacando dessa vez a inocência de uma criança. Como o ocorrido na
história, o amante que era visto como um ladrão, a mãe que o deixa trancado no
próprio quarto para que possa sair com outro(s) homem(s) tendo a imagem de
dedicada, protetora. O tamanho da distorção da realidade dentro dos pensamentos
de uma criança inocente.
Análise - Dançar Tango em Porto Alegre (Sérgio Faraco)

Na cabine Jane se apresenta e desabafa
sobre a situação de saúde do seu marido, do seu filho, de sua vida em geral,
querendo naquele momento somente esquecer de tudo. O protagonista, como um
homem velho e solitário, querendo também esquecer a sua situação se envolve
cada vez mais com Jane, o clima esquenta cada vez mais e os dois acabam por se
envolver sexualmente. Este momento os proporcionou novos sentimentos que
superaram suas tristezas.
Com sentimentos diferentes, o protagonista
queria estabelecer um relacionamento entre os dois, pois por causa dela já não
se sentia o mesmo. Porém, ela recua ficando distante e fala que tudo parece um
tango. Depois que se separaram, um acontecimento os reúne, o trem atropelou um
animal e ambos pensam que foi o suicídio do outro e correm acabando por se
encontrarem. O fato de Jane ter perguntado o seu nome e ter corrido até ele fez
com que o protagonista tivesse certeza que eles poderiam estabelecer um
relacionamento, que ele poderia "dançar esse tango".
Sendo característico do autor o foco no
sentimentalismo dos personagens, dessa vez ele destacou o amor, ele que superou
os problemas pelos quais ambos os personagens sofriam. O autor expressa a
importância deste sentimento.
Análise - Não chore, papai (Sérgio Faraco)

Desobedecendo as ordens do pai, ao invés de ir dormir ele foge com o
irmão até um rio distante de sua casa, podendo chegar até ele somente com sua
bicicleta. O rio, que desembocava em outros rios maiores, é usado de comparação
para com seu sonho, o de explorar o mundo através de viagens. Uma promessa que
fez a si mesmo.
Seu pai o encontra logo depois, furioso e é nessa cena que ele é
apresentado como você (o leitor). Chegando em casa, o pai desconta sua
frustração na bicicleta, fazendo com que o protagonista jure nunca perdoá-lo,
sejam quantas vezes que ele o perdoará (o que fez, logo depois de seu filho ter
se desculpado, a pedido de sua mãe). O protagonista já adulto, repensa as suas
promessas e afirma que como um homem sonhador que não guarda rancor, já perdoou
seu pai.
A obra evidencia o amadurecimento do protagonista em relação as suas
ações do passado. Narrado em primeira pessoa, o conto se direciona em forma de
mensagem tanto para os pais quanto para filhos, pois mostra toda a questão
sentimental que gerou as ações da criança, quanta a frustração e preocupação do
pai com o ocorrido (mesmo que com pouco aprofundamento).
Análise - Guapear com Frangos (Sérgio Faraco)

Sentido-se mal pelo cadáver do amigo,
decide lhe dar um enterro decente (incluindo a benção do padre). No meio do
processo, por um deslize o corpo é atacado por um tatu e outros vermes que o
vêem como alimento. Sarasua foge a galope com o corpo, pois era chegada a vez
do lanche dos corvos, os frangos negros (que deram o título ao conto).
No fim, ainda no meio de sua fuga, López
rende-se a situação, pois justifica o que ocorre através de uma comparação
pessimista da vida. Esta comparação pessimista se dá pela desvalorização da
existência que um dia foi aquele cadáver, que como é do interesse do meio que
viviam de receber igualitariamente os pertences do morto, é de igual peso que
os animais possam receber os restos do morto.
A desvalorização da vida e ao mesmo tempo
da morte, junto da profunda expressão de sentimentos acima da caracterização
física do ambiente e pessoas são os elementos em destaque nessa obra de Faraco.
terça-feira, 27 de maio de 2014
Análise - O enfermeiro (Machado de Assis) [VÍDEO]

Publicado em 1896, sendo o conto narrado na
primeira pessoa, é contada uma história da vida do protagonista, dando a
condição que fosse lida somente após a sua morte. Em 1860, ele, antes teólogo,
recebeu uma oportunidade de emprego como enfermeiro. Aceitando o novo emprego
ele conhece o coronel, aquele quem deve cuidar, sendo o coronel já um homem
velho, não demora muito para que os dias de paz de seu novo emprego de
enfermeiro acabassem mesmo o velho o considerando tanto. Cheio dos maus tratos
e ataques de loucura de Felisberto (coronel), o enfermeiro subitamente o
esgana, voltando a si já era tarde demais, o velho já havia partido.
Escondendo essa verdade de todos,
esperou as suspeitas baixarem até que pudesse fugir, mas logo recebeu uma
notícia que o fez estremecer, Felisberto confiou toda sua herança a ele, o
enfermeiro que considerava o mais fiel. Tendo que conviver com isso, o antes
enfermeiro volta à vila, sendo vangloriado por todos, por ser aquele que
aguentou o tão odiado velho rabugento. Procópio, o antigo enfermeiro, já
arrependido e possuindo a visão de um Felisberto como um homem respeitável,
dá-o uma estátua de mármore. Sendo uma delas o pedido que ele faz ao leitor de
sua história:
Adeus,
meu caro senhor. Se achar que esses apontamentos valem alguma coisa, pague-me
também com um túmulo de mármore, ao qual dará por epitáfio esta emenda que faço
aqui ao divino sermão da montanha: "Bem-aventurados os que possuem, porque
eles serão consolados”.
Podemos
perceber notáveis influências do Realismo, além de algo característico nas
obras Machadianas, a grande construção psicológica dos personagens. O
sofrimento de Procópio não foi gerado pelo ato de matar, mas sim pela influência
exterior, aqueles que se sentiam incomodados pelo velho coronel o elogiavam,
fazendo-o se sentir pior a cada elogio. Isso o incomoda tanto por não ter
realizado tal feitio, do qual seria sua imagem pro resto de sua vida e sua
incômodo na morte, até que alguém lê-se seu desabafo.
Mais informações do autor, aqui.
Análise - A Igreja do Diabo (Machado de Assis) [VÍDEO]

Esse conto Machadiano, escrito em
1884, se divide em quatro capítulos e sua narração se dá em terceira pessoa. Diz-se
que um manuscrito conta a repentina ideia do Diabo de criar sua própria Igreja,
ela com o objetivo de combater e exterminar as outras religiões. Vendo essa
ideia como brilhante, estende seus braços e põem-se a ir a desafiar Deus.
No céu, o Diabo apresenta logo sua
ideia a Deus, que tem sua conversa com o recém-chegado interrompida. Deus não
nega os planos do Diabo, mas não os apoia, ele apenas tenta acabar logo sua
discussão, usando a sublime morte do recém-chegado como argumento. A discussão
seguiu recheada de críticas apontadas ao Diabo, logo chegando ao ponto de Deus
ter sua paciência esgotada e encerrar a conversa ali. Afirma que a ideia foi
somente dita, não legitimada. Assim, o Diabo volta à Terra.
Chegando à Terra, o Diabo não
perde tempo e faz de tudo para promover sua Igreja, dizendo ele não ser o Diabo
tão mal falado de que o povo conhecia, mas o verdadeiro Diabo. Sua religião
propunha a inversão de valores, como de não ser proibido à venda do próprio
corpo e trazia a mudança de princípios, tendo a inveja como seu principal.
Logo sua religião obteve alcance
mundial, não existindo ninguém que não a conhecesse, como ele havia planejado e
finalmente conseguido. Porém, descobriu alguns anos depois que seus fiéis
traíam sua religião, fazendo ainda pequenas ações ligadas a outras religiões às
escondidas. Aterrorizado, retorna a Deus, que não o repreendeu como se é
esperado, Ele apenas crítica a eterna contradição humana.
O conto gira em torno da ideia
Realista que o homem é um alvo de fácil corrupção, o Diabo proporciona a ele
uma religião que apenas tinha os valores contrários à religião de Deus, mas
mesmo assim seus fiéis a traíam, sendo corruptos em ambos os lados que seguiam,
assim enfatizando a insatisfação humana. Um fator que foi motivo da criação
dessa obra foi a propagação do positivismo, que buscava o estabelecimento de
uma república, sendo contrário até à Igreja Católica (monarquia).
Mais informações sobre o autor, aqui.
terça-feira, 1 de abril de 2014
Análise - O Cobrador (Rubem Fonseca)

Podemos observar que o conto tem uma visão machista, sendo a maior parte dos aparecimentos femininos, (vítimas, estupros) não pesando tanto na história, ou serem melhor desenrolados, como por exemplo, a forma que o Cobrador descreve as mulheres
(com exceção de Ana, aquela por quem ele se apaixona ao decorrer do conto) as mulheres são descritas como um objeto, um produto.
(com exceção de Ana, aquela por quem ele se apaixona ao decorrer do conto) as mulheres são descritas como um objeto, um produto.
No fim, o Cobrador se mostra como sendo uma moeda, tendo seu lado psicopata e seu lado romântico, que no fim, acabam se juntando, criando um sentimento maior, finalizando o conto.
quinta-feira, 20 de março de 2014
Análise - Capítulo dos Chapéus (Machado de Assis)

Em um de seus passeios com usa ex-colega, Mariana acaba reencontrando seu primeiro namorado, ele que não perde tempo, começa a exibir seus feitos e bens e destacando sua procura por uma esposa. Essa foi a gota d'água para que Mariana encurtasse a sua "uma semana fora de casa" para apenas uma noite e um dia. Ela, nervosa, chega em casa e aguarda o retorno do marido. Avistando o marido, Mariana se surpreende com o novo chapéu em sua cabeça, então pede que ele se livre do novo chapéu, pois o velho lhe caía melhor. Claramente, os dois se arrependem de suas ações, mas não necessitam de um pedido de desculpas formal, pois as suas ações já o demonstram, tanto a volta da "desaparecida" Mariana, quanto a troca do chapéu vinda de Conrado. Não foi um final impactante, nem mesmo um conto impactante, mas isso é característico do Realismo.
Como é de se esperar de um conto Realista, ainda mais vindo de Machado de Assis, o leitor entra na história, dessa vez no papel de Mariana. Dentro dos acontecimentos contemporâneos, não podemos incluir uma discussão sobre um chapéu, mas podemos comparar o fato de ser uma discussão proporcionada por motivos banais, o que acontece até hoje. Tais discussões acabam por separar as pessoas sem confiança mútua, mas como é citado antes da resposta filosófica de Conrado, ele tinha total confiança em sua parceira, o que acabou por uni-los novamente.
Apresentação - Vídeo
Componentes:
Alexandre Koeche
Erik Douglas
Junior Duque
Victor Brum
Vitor Henrique
Assinar:
Postagens (Atom)